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domingo, 18 de dezembro de 2011

postheadericon Uma em 3 mortes é por doença cardiovascular



São Paulo é a capital do País que tem a maior proporção de mortes por doenças do sistema circulatório, em comparação com outras causas de óbito: 33,6%. Isso significa que, a cada três falecimentos por causa conhecida na cidade, um foi motivado por problemas de saúde ligados a esse grupo de patologias, representado por enfarte, acidente vascular cerebral (AVC), hipertensão arterial, entre outros. Os números foram tabulados pelo Jornal da Tarde com base na edição 2010 dos Indicadores e Dados Básicos (IDB), que foi divulgado neste mês e traz dados consolidados para 2009.
Presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo (Socesp), Luiz Antonio Machado Cesar diz que essa proporção deve ser interpretada levando em conta múltiplos fatores. Segundo ele, essas porcentagens são semelhantes às observadas em países desenvolvidos. Seguindo esse perfil, a taxa de mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias é mais baixa, assim como por causas externas (acidentes ou violência). Por outro lado, a proporção de mortes por doenças cardiovasculares e câncer, que aumentam conforme a população envelhece, é mais alta.
Cesar acrescenta que, apesar de ter importantes hospitais de referência na área de cardiologia, a cidade também apresenta periferias desassistidas de centros médicos especializados. “São Paulo é uma cidade cosmopolita, que tem tanto uma classe A forte como uma classe que mora na periferia e que sofre muito por não ter atendimento adequado a tempo”, avalia. Para ele, “muita gente deixaria de morrer se tivesse um atendimento de emergência melhor para enfarte e AVC.”
Procurada pela reportagem, a Secretaria Municipal da Saúde informou que aumentará o número de Serviço de ambulâncias do Atendimento Móvel de Urgência (Samu) em 2012. Mas há outros problemas. O maior problema do atendimento às emergências cardiovasculares na cidade de São Paulo é a distribuição desigual do número de leitos disponíveis, segundo o cardiologista Ricardo Pavanello, do Hospital do Coração (HCor).
“No eixo da Avenida Paulista existem grandes hospitais que atendem a uma demanda grande: O Incor em uma ponta, o HCor na outra. Entre esses dois extremos, existe o Oswaldo Cruz, o Santa Catarina, o 9 de Julho, o Sírio-Libanês” diz. “Já na zona leste, que tem mais de 4 milhões de habitantes, há distritos que não têm nenhum hospital.”
Pavanello enfatiza que a precocidade do diagnóstico e o atendimento imediato podem melhorar o prognóstico do paciente de enfarte ou AVC. Outra tarefa árdua, dizem os médicos, é investir na mudança de hábitos na cidade. Uma pesquisa divulgada pelo Ministério da Saúde em abril mostrou que São Paulo é a capital dos excessos: o paulistano está acima da média nacional no consumo de refrigerantes, carne gordurosa e cigarro. E se exercita menos do que a maioria do País.
Não só os hábitos de vida mas a própria rotina da cidade agravam o quadro, na opinião do analista de sistemas Danilo Iurovski, de 36 anos, com a propriedade de quem teve os primeiros sinais de enfarte aos 26 anos. “A vida aqui é muito mais acirrada em termos de trabalho, estresse e poluição. Mas também é a cidade que tem melhores condições de tratamento”, diz. Por sorte, foi atendido rapidamente.
Apesar da situação evidenciada pelo IDB 2010, nos últimos anos a capital vem adotando novas tecnologias para tornar mais eficiente o atendimento às emergências cardiovasculares. Uma delas foi a recente implantação do programa de telecardiologia, que permite enviar exames cardiológicos feitos dentro das ambulâncias do Samu a hospitais de referência. Profissionais de plantão interpretam os exames e enviam os resultados de volta ao veículo, tornando o socorro mais rápido.


Colaborção: Wendell Galdino.


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