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terça-feira, 26 de abril de 2011

postheadericon A guerra sem trégua nas rodovias


A triste sina das mortes nas estradas brasileiras voltou a se repetir nesta Páscoa. Durante os cinco dias da Semana Santa, 175 pessoas morreram em acidentes rodoviários no país. A imprudência dos motoristas é responsável por parte desta calamidade, mas a omissão do poder público colabora enormemente para transformar datas festivas em tragédias.

Segundo balanço divulgado ontem pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), ocorreram 3.861 acidentes nas estradas federais entre 0h da última quarta-feira e meia-noite do domingo de Páscoa. Além das mortes, eles deixaram 2.274 pessoas feridas.

Em termos absolutos, os números são menores do que os do Carnaval, o que foi destacado pelo governo. Mas a comparação é enganosa: o feriado da Semana Santa teve um dia a menos e, para igualá-lo ao de março, a PRF incluiu nas estatísticas os dados de terça-feira passada, dia útil normal. Na comparação com a Páscoa de 2010, as ocorrências só pioraram. Ou seja, o cenário nas nossas estradas manteve-se calamitoso.

Minas Gerais, que tem a maior malha federal, Santa Catarina, Bahia e Paraná ocuparam as primeiras posições no ranking de mortes, feridos e acidentes. Em Piauí, Rondônia, Rio Grande do Sul e Acre, o número de mortos dobrou nesta Páscoa.

Já se tornou lugar comum dizer que o trânsito é uma guerra diária no Brasil. Mas não custa ressaltar quanto esta guerra é sangrenta e quão pouco tem sido feito para estancá-la.

O Brasil ocupa a quinta posição no mundo em quantidade absoluta de mortes no trânsito, depois de Índia, China, EUA e Rússia. Em diversos estados, mais pessoas morrem vítimas de acidentes automobilísticos do que de homicídios. Acontece todo dia.

Por ano, nossas rodovias vitimam 36 mil pessoas e deixam 500 mil feridas. São cerca de 100 óbitos diários. É como se, a cada dois dias, caísse um Boeing. No país, a cada 100 mil habitantes, 20 morrem em acidentes de trânsito. Há uma meta oficial para reduzir a média para 14, mas os esforços estão bem aquém do necessário.

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