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domingo, 22 de janeiro de 2012

postheadericon Empresa que comprou lixo hospitalar vai pedir "indenização milionária" de exportador dos EUA

  • Do: UOL




  • O advogado que defende a empresa pernambucana Império do Forro de Bolso, Gilberto Lima, afirmou ao UOL nesta sexta-feira (20) que a devolução do lixo hospitalar é a "prova" de que o material mandado dos Estados Unidos e retido no porto de Suape, em Ipojuca (PE), não era o esperado pela empresa.
    Segundo ele, o contrato firmado com a empresa norte-americana Tex Port seria para a compra de "tecidos de algodão com falhas" que seriam usados normalmente na confecção de forros de bolso. Por conta da diferença entre o material comprado e o enviado, a empresa vai pedir "indenização milionária" à exportadora dos EUA.




    "O envio do material encontrado no porto de Suape caracterizou quebra de contrato", disse o advogado, citando que, assim que a carga chegar ao porto de Charleston, nos Estados Unidos, a empresa exportadora vai ser notificada pela alfândega para recolher os contêineres.


    "Assim que tivermos a confirmação de que o material foi entregue vamos entrar em contato com a empresa norte-americana para tentarmos fazer um acordo para que ela arque com os valores pagos pelos tecidos adquiridos pela empresa brasileira, além de despesas com frete, seguro e as multas pelo tempo que a carga ficou retira no porto de Suape", disse o advogado.


    Lima informou ainda que vai ingressar com uma ação na Justiça dos Estados Unidos solicitando indenização por danos morais e materiais causados ao empresário cearense Altair Teixeira e sua empresa, "que foram extremamente prejudicados pela repercussão negativa da importação do material errado".


    "É uma causa de indenização milionária, pois tanto a NA Intimidade sofreu um abalo econômico porque paralisou suas atividades, causando danos materiais, quanto o empresário e sua família, que sofreram danos morais, pelo constrangimento que passaram ao serem acusados de importar o material de resto de hospitais erroneamente", ressaltou Lima, sem citar o valor que será pedido.


    O advogado, porém, afirmou que a "repercussão nacional e internacional do caso" vai determinar o valor da indenização que deverá ser pago pela empresa, caso seja condenada pela Justiça norte-americana. 


    Contêineres apreendidos


    Os dois contêineres apreendidos no porto de Suape foram apreendidos nos dias 11 e 13 de outubro de 2011, depois que o sistema da Receita Federal em Pernambuco indicou que o valor da carga era incompatível com o declarado da importação.


    Os fiscais abriram os contêineres e suspeitaram que o material seria resto hospitalar por existirem lençóis com logomarcas de hospitais norte-americanos sujos de sangue. Junto aos tecidos também foram encontrados descartes de lixo hospitalar como cateteres, seringas, luvas usadas e roupas de bebês sujas de sangue.


    O material teria destino a empresa Império do Forro de Bolso, nome fantasia da NA Intimidade LTDA., com sede em Santa Cruz do Capibaribe.


    Fiscalizações da vigilância sanitária encontraram galpões, em Caruaru, Toritama e Santa Cruz do Capibaribe, com tecidos suspeitos. Os três locais foram lacrados pela Apevisa (Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária), e a empresa foi multada em R$ 6 milhões pelo Ibama.

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