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terça-feira, 25 de outubro de 2011

postheadericon Empresa comprava lixo hospitalar dos EUA para revender no Brasil





No início de outubro a Receita Federal apreendeu dois contêineres com 46 toneladas de "tecido de algodão com defeito". Em um deles havia também seringas, catéteres e luvas usadas. Todos saíram do Porto de Charleston, na Carolina do Sul, para a empresa Na intimidade Ltda, com sede em Santa Cruz do Capibaribede (PE). Os tecidos importados de hospitais norte-americanos com manchas similares as de sangue e secreções humanas era vendidos a quilo no Brasil. 


A loja e um galpão da empresa - cujo nome de fantasia é Império do Forro de Bolso - em Toritama foram interditados. Um outro, em Caruaru, com o mesmo nome, foi arrombado pela polícia civil em 17 de outubro, com cerca de 15 toneladas de lençóis sujos, com manchas. O dono da empresa, Altair Teixeira de Moura, alega inocência.



Nesta segunda-feira (24), O Ibama determinou que o empresário devolva as 46 toneladas de lixo classificado como hospitalar. Altair deve arcar com as custas da devolução. Além disso, o Ibama autuou a empresa dele em R$ 6 milhões por danos causados ao meio ambiente.



O governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), disse nesta terça-feira (18) não ser justo que todo um polo de confecções que emprega 150 mil pessoas seja prejudicado pela ação de "um bandido dos Estados Unidos e um bandido daqui". "São 22 mil empresas no polo de confecção e uma só cometeu este delito", afirmou ele.







Campos apontou falha na fiscalização nos Estados Unidos "com a saída de uma mercadoria que não devia ter saído". "Houve crime nos Estados Unidos", afirmou ao lembrar que no Porto de Suape, mesmo com a checagem das mercadorias por amostragem, o trabalho da Receita Federal permitiu que o crime fosse descoberto.



De acordo com o governador, todo material importado identificado como tecido passará por rigorosa fiscalização a partir de agora.



Ajuda do FBI



Com base na avaliação de infectologistas, o governador frisou que o consumidor que veio a comprar roupas feitas com o material que entrou ilegalmente no país não corre nenhum risco. Pregou punição para a empresa importadora.



O governo de Pernambuco também solicitou a colaboração do Federal Bureau Investigation (FBI), a Polícia Federal dos Estados Unidos, na apuração das denúncias. O secretário de Defesa Social, Wilson Damázio, fez o pedido ao cônsul dos Estados Unidos no Nordeste, Usha Pitts.



De acordo com Damásio, “o governo americano está disposto a colaborar no que for possível”. Ainda segundo o secretário, além do FBI, a agência ambiental norte-americana poderá enviar um representante ao País para auxiliar os trabalhos das autoridades sanitárias locais. “A colaboração das autoridades dos EUA é essencial para o avanço e agilidade das investigações”, declarou. 

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